sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Uma canção para Cecília

 
Voo de Cecília - Homenagem
Pego o compasso, centro
em seu passo, e vou:
Voo possuído de Cecília.
Caminho no desenho das cores
com a dona da pintura infinita.
Prima-dona desse encanto chamado
vida.
Vou porque quero.
Voo voluntário.
Vou…
porque não há mais fazer
senão ir
com quem nos adivinha
o sonho.
Ouço as notícias, Cecília.
Os seus elefantes chegaram.
Lamento
ser cumprido o tempo.
Cansados
os seus paquidermes
leais ao dever
chegaram.
Todo o peso das novas
trazem nas patas:
– inexoráveis
– mansas
– lerdas
– reais.
Ouço
– e rio
porque escuto
doce suspiro nas trombas
contando aventuras fantásticas
do vento – enamorado – sem rumo
da barca – amorosa – sem porto
desses dois loucos
deitados ao mar.
E ouço mais
– nos olhos
o brilho sano dos pequenos azuis
medíocres
frente corpo tamanho
mas poucos
para mirar sem conter
ensinando cegueira pra ver
segredos na eternidade abissal.
Ainda ouço
e sinto mais
– na pele
o roçar das dobras do tempo
desejosa do veludo da rosa
e ansiando em suas estrias
prender na memória macia
a primavera perfumada do amor.
Silêncio…
O peito grita
– cravado o punhal.
A força do sangue
– batida na poesia.
Entranhas imersas
– fantasmas de breu.
Chama alma esperança
– velas içadas.
E as patas
todas
bolhas
– viagens reinventadas.
Tudo passa por nós
pela vida…
Por quantos cantos forem precisos:
“Deus te proteja Cecília!
Que tudo é mar… e mais nada.”
http://sopoesia.wordpress.com

Cecília Meireles-Homenagem.


Cecília Meireles





Poeta do MOTIVO de vida completa
Porque o instante existe

Com a maestria do lirismo à realidade
Que traz à tona a beleza da poesia
Com cheiro, cor, e gosto e fantasia
Envereda trilhas, caminha incessante
Tece no âmago aconchegantes ninhos
Aninha-se...

Dá formas de voejos borboleteando
Insinua trajetos dos fortes versos
E das canções, traz histórias reais
Grandes viagens e romanceiros
Navega em mar azul e maresia
E deixa noutras vias das palavras,
Puro afeto
Gosto de fruta madura,
Lembranças de morte e vida
Saudade...
Na certeza original do mundo
Do abstrato e do concreto
Cecília professora,
Sábio olhar aos pequeninos
Jornalista e escritora de senso profundo
Os seus poemas correm mundo inteiro
Marejam os olhos regando canteiros
Quem de corpo e alma adentra
Os grandes sonhos sonhados
Razão maior de viver...
GRANDE CECÍLIA
VIVA
POESIA!
“Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
__mais nada.”
Estrofe do poema MOTIVO da autora Cecília Meireles.
Imagem da web
CAMPOS, Graça. Poema. Cecília Meireles-Homenagem.   


"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade".
(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e
deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre essesdois tempos de vida, unidos como os fios de um pano".






Ou Isto ou Aquilo é um livro de Cecília Meirelis, publicado em 1964, é um dos mais belos clássicos da poesia brasileira. Ele aborda os sonhos e as fantasias do mundo infantil. É indicado para crianças.

Ou isto ou aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

www.revista.agulha.nom.br/ceciliameireles.html

 







Neste livro: O menino azul, o imaginário infantil, tratado com leveza, é a tônica dos versos. Ainda, o sentimento toma cor e forma com as ilustrações de Lúcia Hiratsuka, que busca como a escritora, a simplicidade e a naturalidade presentes na natureza.

O menino azul
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
— de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.

http://blogs.utopia.org.br/






O ANJO DA NOITE

          As dez e meia, o guarda noturno entra de serviço.Late o cãozinho do portão no primeiro plano; ladra o cão maior do quintal, no segundo plano: de plano em plano, até a floresta, grandes e pequenos cães rosnam, ganem, uivam, na densa escuridão da noite todos sobressaltados pelo trilhar do apito do guarda-noturno. Pelo mesmo motivo, faz-se um hiato no jardim, entre os insetos que ciciavam e sussurravam nas frondes: que novo bicho é esse, que começa a cantar com uma voz que eles julgam conhecer, que se parece com a sua, mas que se eleva com uma força gigantesca?
Passo a passo, o guarda-noturno vai subindo a rua. Já não apita: vai caminhando descansadamente, como quem passeia, como quem pensa, como um poeta numa alameda silenciosa, sob árvores em flor. Assim vai andando o guarda-noturno. Se a noite é bem sossegada, pode-se ouvir sua mão sacudir a caixa de fósforos e até adivinhar, com bom ouvido, quantos fósforos estão lá dentro. Os cães emudecem. Os insetos recomeçam a ciciar.

O guarda-noturno olha para as casas, para os edifícios, para os muros e grades, para as janelas e os portões. Uma pequena luz, lá em cima: há várias noites, aquela vaga claridade na janela: é uma pessoa doente? O guarda-noturno caminha com delicadeza, para não assustar, para não acordar ninguém. Lá vão seus passos vagarosos, cadenciados, cosendo a sua sombra com a pedra da calçada.

Vagos rumores de bondes, de ônibus, os últimos veículos, já sonolentos que vão e voltam quase vazios. O guarda-noturno, que passa rente às casas, pode ouvir ainda a música de algum rádio, o choro de alguma criança. Mas vai andando. A noite é serena, a rua está em paz, o luar põe uma névoa azulada nos jardins, nos terraços, nas fachadas: o guarda- noturno pára e contempla.

À noite, o mundo é bonito, como se não houvesse desacordos, aflições,

Ameaças. Mesmo os doentes parece que são mais felizes: esperam dormir um pouco à suavidade da sombra e do silêncio. Há muitos sonhos em cada casa. É bom ter uma casa, dormir, sonhar. O gato retardatário que volta apressado, com certo ar de culpa, num pulo exato galga o muro e desaparece: ele também tem o seu cantinho para descansar. O mundo podia ser tranqüilo. As pessoas podiam ser amáveis. No entanto, ele mesmo, o guarda-noturno, traz um bom revólver no bolso, para defender uma rua...
E se um pequeno rumor chega ao seu ouvido e um vulto parece apontar na esquina, o guarda-noturno torna a trilar longamente, como quem vai soprando um longo colar de contas de vidro. E começa a andar, passo a passo, firme e cauteloso, dissipando ladrões e fantasmas. É a hora muito profunda em que os insetos do jardim estão completamente extasiados, ao perfume da gardênia e à brancura da lua. E as pessoas adormecidas sentem, dentro de seus sonhos, que o guarda-noturno está tomando conta da noite, a vagar pelas ruas, anjo sem asas, porém armado.
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As primeiras lições de fantasia

As primeiras lições de fantasia que a levaram para o caminho da poesia vieram da babá Pedrina, uma senhora negra que lhe contava histórias do folclore brasileiro. Da avó açoriana, herdou o fascínio pelas viagens. Cecília Meireles nasceu órfã de pai – morto três meses antes – no Rio de Janeiro, e perdeu a mãe aos 3 anos. Foi a única remanescente de quatro irmãos. Mas, segundo sempre disse, essa infância de menina sozinha deu a ela coisas que parecem negativas e foram sempre positivas: silêncio e solidão. “Se há uma pessoa que possa arrancar de sua infância uma recordação maravilhosa, essa pessoa sou eu”, afirmou.
Cecília escreveu o primeiro verso aos 9 anos. Aos 18, professora formada, escreveu o primeiro livro, Espectros, e foi discriminada por não adotar as inovações do modernismo. Preferiu continuar com as raízes no lirismo tradicional. Com vários interesses e aptidões, ela se dedicou à educação, estudou o folclore, fundou bibliotecas, comandou um programa sobre literatura no rádio, fez conferências e viagens. Também traduziu obras de Ibsen, Tagore e Garcia Lorca, enquanto vários de seus livros foram vertidos para mais de dez idiomas. Foi casada com o artista plástico Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas, e com o educador Heitor Grillo.

elfikurten.blogspot.com
www.terra.com.br



Vídeos - poemas musicados

Canteiros, de Fagner - Baseado no poema "Marcha", de Cecília Meireles.

 
Marcha
As ordens da madrugada
romperam por sobre os montes:
nosso caminho se alarga
sem campos verdes nem fontes.
Apenas o sol redondo
e alguma esmola de vento
quebram as formas do sono
com a idéia do movimento.
Vamos a passo e de longe;
entre nós dois anda o mundo,
com alguns mortos pelo fundo.
As aves trazem mentiras
de países sem sofrimento.
Por mais que alargue as pupilas,
mais minha dúvida aumento.
Também não pretendo nada
senão ir andando à toa,
como um número que se arma
e em seguida se esboroa,
- e cair no mesmo poço
de inércia e de esquecimento,
onde o fim do tempo soma
pedras, águas, pensamento.
Gosto da minha palavra
pelo sabor que lhe deste:
mesmo quando é linda, amarga
como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga, é tudo
que tenho, entre o sol e o vento:
meu vestido, minha música,
meu sonho e meu alimento.
Quando penso no teu rosto,
fecho os olhos de saudade;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos ristes,
dos sonhos claros que invento.
Nem aquilo que imagino
já me dá contentamento.
Como tudo sempre acaba,
oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava
tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida
isento de tudo, isento…
Não há lágrima nem grito:
apenas consentimento.




Amália Rodrigues canta Cecília Meireles e Alain Oulman: Canção / Naufrágio


Canção

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.





O ensaio de Maria Bethânia para o premio Moda Brasil


Canção da tarde no campo

Caminho do campo verde
estrada depois de estrada.
Cerca de flores, palmeiras,
serra azul, água calada.
Eu ando sozinha
no meio do vale.
Mas a tarde é minha.
Meus pés vão pisando a terra
Que é a imagem da minha vida:
tão vazia, mas tão bela,
tão certa, mas tão perdida!
Eu ando sozinha
por cima de pedras.
Mas a tarde é minha.
Os meus passos no caminho
são como os passos da lua;
vou chegando, vai fugindo,
minha alma é a sombra da tua.
Eu ando sozinha
por dentro de bosques.
Mas a fonte é minha.
De tanto olhar para longe,
não vejo o que passa perto,
meu peito é puro deserto.
Subo monte, desço monte.
Eu ando sozinha
ao longo da noite.
Mas a estrela é minha.
Carlos walker sobre o poema de Cecília Meireles
 
Modinha
Tuas palavras antigas
Deixei-as todas, deixei-as
Junto com as minhas cantigas,
Desenhadas nas areias.

Tantos sóis e tantas luas
Brilharam sobre essas linhas,
Das cantigas - que eram tuas-
Das palavras - que eram minhas!

O mar, de língua sonora,
Sabe o presente e o passado.
Canta o que é meu, vai-se embora:
Que o resto é pouco e apagado.

 
Homenagem a Cecília Meireles - Mírian Warttusch.



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Cancioneira da Liberdade



azuirfilho
CECÍLIA MEIRELES

CANCIONEIRA DA LIBERDADE

Em sete de novembro nascida, e 1901 que foi o ano.

É uma Escritora Querida, a sua Poesia é sem engano.
Toda a graciosidade e magia, feminina, bela e obreira.
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
Foi órfã desde novinha, e apurou o sentimento terno.
Intimidade desde pequeninha, com o efêmero e o eterno.
Formou opinião e sabedoria, fez-se uma Mulher altaneira.
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
Do amor mais verdadeiro, pra honrar Brasil Nação.
Nasceu no Rio de Janeiro, amou em plena imensidão.
Mortes e contratempo vivia, Vó Jacinta sua Guerreira.
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
Desenvolveu sentimento, e noção de transitoriedade.
Perdia gente todo tempo, e vivia uma eterna saudade.
Orgulho pra Academia, por sua formação de primeira
1
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
Foi menina sozinha, de muito silêncio e de solidão.
Humilde fez-se amiga e rainha, preparada pra decisão
De Folclore e de Pedagogia, a Jornalista Sobranceira.
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
Mulher humilde bacana, ama vida com simplicidade.
Existência espartana, por cultura para a comunidade.
Em caleidoscópios se via, mundo da geometria inteira.
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
Escola no Estácio de Sá, e Olavo Bilac era o Inspetor.
O Universo vai encantar, Pedagogia de Poesia e amor.
Expressão clara como o dia, Floricultora e jardineira.
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
Foi uma linda Normalista, do Instituto de Educação.
Do Modernismo como Artista, sem subverter a ação.
Professora de cidadania, da Inconfidência Romanceira.
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
Casou-se com um pintor, e suas filhas as 3 Marias.
Muita comunhão e amor, toda misericórdia e partilha.
Cinco Netos com alegria, para a nossa poetisa padroeira.
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
A Poeta Vai enviuvar, Engenheiro o novo casamento.
O mundo a lhe homenagear, por poesia de sentimento.
De completa Biografia, a Educadora mais verdadeira.
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
2
Foi muito condecorada, uma professora realizadora.
Pelas Nações requisitada, produtiva e empreendedora
Homenageada por fidalguia, Anunciadora e pregoeira.
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
Um talento profundo, conquistou toda Humanidade.
Deu a Volta no mundo, muitas vitórias e dignidade.
Para a Mulher foi alforria, com sua postura Altaneira.
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
Ela Cantou Tiradentes, e cantou toda a nossa Nação.
Louvou o povo nossa gente, na merecida imensidão.
Honrou nossa soberania, luz da nossa gente Guerreira.
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
Se tornou uma Canção, pra cada comunidade cantar.
É a Poesia da Educação, de um Brasil a se emancipar.
Onde esteve deu alegria, e transcendeu toda fronteira
Cecília Meireles é Poesia, a Divina Mulher Brasileira.
Azuir Filho e Turmas: do Social da Unicamp e, Amigos de:
Rocha Miranda, Rio, RJ e de: Mosqueiro, Belém PA.
Cecília Meireles, Mulher da
Poesia, cheia de amor pelo Brasil, pela Terra e a sua Gente.
A Nossa Romanceira da Inconfidência Mineira. Quando era convidada pelos Governos
Estrangeiros, eles sabiam que era uma Escritora e Poetisa, Professora, Pedagoga e
Jornalista de Alma Brasileira, digna representante desta terra. Uma mulher de muito saber,
humildade e que tinha a santidade da simpatia, de uma honrada Biografia, do
pensamento
admirável e transbordando de amor. Foi uma Mulher notável e querida, seu nome
batizou muitas Escolas, Bibliotecas, Áreas de Lazer e Centros Culturais no Brasil e por
todo o mundo. Mulher
Romanceira e Nazarena muito Simples, do Pensamento
3
Admirável, representava a Poesia, fez Poesias para
Crianças, nasceu e morreu em
novembro, marcou novembro, pra gente se preparar para o Natal, no espírito do
reconhecimento e da prática da igualdade, para com todos nossos irmãos do Mundo.
Cecília Meireles, uma Mulher de Verdade, Anjo da Poesia que veio pra fazer a diferença no
coração e na alma de cada um de nó
Ms. aravilhosa Romanceira, Cecília Meireles esta viva na
gente.

Direitos Reconhecidos e respeitados
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Obra original disponível em:
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Canção do Sonho Acabado



Canção do Sonho Acabado
Já tive a rosa do amor

- rubra rosa, sem pudor.
Cobicei, cheirei, colhi.
Mas ela despetalou
E outra igual, nunca mais vi.
Já vivi mil aventuras,
Me embriaguei de alegria!
Mas os risos da ventura,
No limiar da loucura,
Se tornaram fantasia...
Já almejei felicidade,
Mãos dadas, fraternidade,
Um ideal sem fronteiras
- utopia! Voou ligeira,
Nas asas da liberdade.
Desejei viver. Demais!
Segurar a juventude,
Prender o tempo na mão,
Plantar o lírio da paz!
Mas nem mesmo isto eu pude:
Tentei, porém nada fiz...
Muito, da vida, eu já quis.
Já quis... Mas não quero mais...
Cecília Meireles

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Primeiro livro de Cecília Meireles "Epectros"


Espectros foi o primeiro livro de poesias de Cecília Meireles, publicado em 1919, provavelmente à custa da própria autora e em diminuta tiragem. Trazia um prefácio de Alfredo Gomes.

Fazendo jus ao nome, a obra tornou-se fantasmagórica: nunca reeditada ou sequer localizada, sobre ela correu a lenda de que, afinal, nem teria existido. Contra essa suposição depõe um breve artigo de João Ribeiro, bastante simpático ao livro, e publicado em O Imparcial, de 18 de novembro de 1919, em que vaticina um belo futuro para a jovem estreante.


Com Espectros, foi revelada uma nova e insuspeitada face de Cecília Meireles, de acentuada fatura parnasiana. Há também ecos dos poetas simbolistas, fase esta que foi renegada pela autora. A obra é formada por um conjunto de 17 sonetos históricos rimados, em decassílabos ou alexandrinos, e que, em sua maioria, evocam celebridades da história universal e da religião católica. Vejam, a seguir, como a estreante Cecília elaborou sua versão da figura mítica de Joana d’Arc:


Firme na sela do ginete arfante,

Da coorte na vanguarda, ei-la às hostis

Trincheiras que galopa, delirante,

Fronte serena e coração feliz.
 
Sob os anéis metálicos do guante,

Os dedos adivinham-se viris,

Que sustêm o estandarte palpitante,

Onde esplende a dourada flor-de-lis.
 
Rica de sonhos, crença e mocidade,

A donzela de Orléans, no seu tresvário,

De mística, na indômita carreira
Sorri. Nenhum tremor a alma lhe invade!

E, entanto, o olhar audaz e visionário

Já tem clarões sinistros de fogueira!...


Eis um poema bem construído, em nada inferior à média do que produziam os nossos neoparnasianos no ambiente cultural pré-1922. Os demais sonetos de Espectro mantêm esse nível.

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